sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Pop Art

Marilyn Monroe (1976) de Andy Warhol
Pop Art é o marco de passagem da modernidade para a pós-modernidade na cultura ocidental. A Pop Art já não faz parte das vanguardas históricas, mas sim de um período posterior. Contudo a sua forma artística invulgar, levou o grupo a querer trabalhar esta vanguarda.

A Arte Pop é considerada como uma reacção ao Expressionismo Abstracto, um movimento artístico, liderado entre outros por Jackson Pollock. Nasceu nos finais dos anos 50 e 60, sobretudo nos Estados Unidos e no Reino Unido e alguns críticos consideram que a corrente americana foi mais emblemática e agressiva que a britânica
O nome do movimento artístico é atribuída a Lawrece Alloway (o crítico de arte). Na altura, a Pop Art, abreviatura de Popular Art, foi acusada pelos críticos de ser frívola e superficial, e mal compreendida pelo público. Mas foi um marco decisivo.
Características:
Þ    Os materiais mais usados pelos artistas da Pop Art eram derivados das novas tecnologias que surgiram em meados do século XX (Gomaespuma, poliéster e acrílico )
Þ    Alusão à utilização de objectos banais do quotidiano nas suas obras.
Þ    O  universo da Arte Pop nada tem de abstracto ou de expressionista, porque transpõe e interpreta a iconografia da cultura popular.
Þ    O sentido e os símbolos da Arte Pop pretendiam ser universais e facilmente reconhecidos por todos,
Þ    Tentativa de eliminar o fosso entre arte erudita e arte popular.
Spoonbridge and CherryClaes Oldenburg and
Coosje Van Bruggen
Temas : Sociedade dominada pelo consumismo, o conforto material, os tempos livres e a produção industrial. A televisão, a banda desenhada, o cinema, os meios de comunicação de massas fornecem os símbolos da artistas Pop.
Artistas:  Andy Warhol (maior representante da Pop Art); Peter Blake; Wayne Thiebaud (criação de obras com teor humorístico e nostálgico); Roy Lichtenstein; Jasper Johns; David Hockney
Obras:

Eduardo Paolozzi, "Bunk! collage series - I was a Rich Man’s Plaything" (1947);

Richard Hamilton, "Just What is it that makes today’s home so different, so appealing?" (1956)
 
Jasper Johns, “Three Flags” (1958);

Andy Warhol, “Silkscreen "Marilyn” (1962); Andy Warhol ”Chelsea Girls (1966);
Andy Warhol; "Elvis I&II" (1963-64);

Roy Lichtenstein, "Viki" (1964);

Andy Warhol, "Jackie" (1964)  ;


 Andy Warhol, “Exploding Plastic Inevitable (1966);

David Hockney, "The Splash” (1967);

Andy Warhol,Campbell's Soup Can (1968);

Andy Warhol, "Mick Jagger Suite of 10" (1975) ;

Roy Lichtenstein "Figures in Landscape" (1977).

Whaam! (1963)Roy Lichtenstein

 Capa do disco Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, dos Beatles de Peter Blake (1967)

Campbell’s Soup Cans (1962)de Andy Warhol
Museum of Modern Art, New York


quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Surrealismo

Salvador Dalí, “Persistência da Memória” (1931)
O movimento dadaísta foi o precursor do Surrealismo, da teoria irracional e do inconsciente da arte. Este foi um movimento politicamente comprometido (adepto do comunismo e critico do fascismo) e optimista (porque crê no Homem Novo)
Tal como o Dadaísmo, o movimento Surrealismo, também surgiu em Zurique (Suiça) com o Manifesto do francês Breton de 1924 (“Manifesto do Surrealismo” – marca o nascimento histórico do movimento) e a inspiração provem essencialmente do niilismo Dadaísmo, da arte africana e sul-americana e da teoria psicanalista de Freud
O período do realismo teve o seu auge entre os anos 1924 e 1941, e os seus artistas mais célebres foram André Breton (1896 a 1966) e Salvador Dali (1904 a 1989). As suas influências derivam de Freud ()
O Surrealismo teve mais expressão em áreas como o Cinema, a Fotografia, a Literatura, o Teatro e as Artes Plásticas.

Balthus, “A Montanha” (1937)
Características:
- O objecto de representação é o surreal (o que está para além da realidades, o mundo do inconsciente);
- A fantasia, os estados de tristeza e melancolia exerceram grande atracção sobre os surrealistas;
- Crítica à racionalidade burguesa em favor do 'maravilhoso', do fantástico e dos sonhos;
- Humor negro, cuja presença corrosiva é, por excelência, o principio de subversão da linguagem;
- Defendem a primazia do onírico (Mundo dos sonhos) e do subjectivo, do subconsciente e da escrita automática;
- As composições surrealistas povoam-se de imagens estranhas, semelhantes á dos sonhos, cujo significado profundo nem sempre é fácil de desvendar. Sugerem um certo mistério.
Os surrealistas procuram libertar o mundo para o lado passional, para o inconsciente que havia sido revelado pelo psicanalista Freud. Os Sonhos e desejos são o material favorito dos surrealistas. O artista tenta colocar em contacto o seu subconsciente com a obra de arte, eliminando a consciência no acto criativo. Serve-se de múltiplos caminhos: os sonhos, os mitos, a fantasia, as visões, as alucinações. Com tudo isso, os surrealistas pretendem encontrar a percepção sensitiva e as possibilidades de expressão.

Os artistas do surrealismo que mais se destacaram foram Alberto Giacometti (1901 a 1966), Antonin Artaud (1896 a 1948), Salvador Dalí (1904 a 1989), Joan Miró(1893 a 1983),  René Magritte (1898 a 1967), Max Ernst (1891 a 1976), Luis Buñuel (1900 a 1983),  Paul Éluard (1895 a 1952), Louis Aragon (1897 a 1982) e Jacques Prévert (1900 a 1977).

Obras surrealistas:
Joan Miró, “O Carnaval de Arlequim” (1924/25);
Max Ernest, “A Grande Floresta” (1927);
Salvador Dalí, “Persistência da Memória” (1931);
Max Ernest, “A Floresta Petrificada” (1933);
Meret Oppenheim, “Déjeuner em Fourrure” (1936);
Savador Dalí, “A Girafa Ardente” (1936/37);
Paul Delvaux, “O Nascimento do Dia” (1937);
Balthus, “A Montanha” (1937);
André Masson, “O Fio de Ariadna” (1938);
René Magritte, “Golconde” (1953).

René Magritte, “Golconde” (1953)

A multidão de Magritte faz-se de homens iguais, uma multidão de um homem só, que se esconde no meio de outros homens iguais, com roupas que lhe permitem viver na penumbra, esquecido dos outros, para se conseguir esquecer de si. A multidão de Magritte é uma multidão de homens anónimos, que se esforçam para passar indiferentes, um perdido no meio de todos, numa praça que fica vazia por estar cheia de pessoas iguais.


Dadaísmo

Marcel Duchamp, "Fonte" (1917)
O Dadaísmo foi o movimento mais internacional de todos. Nasceu em Zurique, na Suíça, a partir do Cabaret Voltaire em 1916 e os seus fundadores foram o romeno Tristan Tzara e o alemão Hugo Ball.
O auge do período dadaísta esteve entre os anos 1915 e 1923 e Marcel Duchamp (1887 a 1968) foi um dos célebres artistas dadaístas . Para além deste, o Dadaísmo intelectuais de proveniências diversas e as suas raízes no Futurismo, no Expressionismo e no Abstraccionismo.
O nome “Dada” foi encontrado ao acaso num dicionário de alemão-francês quando o grupo procurava um nome para a estrela do momento na casa e não tem qualquer significado preciso.
Características:
- O Dadaísmo é critico em relação á sociedade do Pós 1ª Guerra Mundial;
- Rejeita:  
o belicismo;
o nacionalismo;
Man Ray, "Presente" (1921)
- Nega totalmente:
a razão;
a arte tradicional;
a literatura tradicional;
- Proclama:
a espontaneidade; 
o acaso;
 a dúvida absoluta;
o primado dúvida absoluta;
o primado do instinto, do inconsciente, do radicalismo e do individualismo;
- O único princípio programático admitido é a incoerência;
(Neste sentido se inserem os “ready-made” de Marcel Duchamp (1887 a 1968) que são objectos de fabrico industrial e uso diário que expõem elevando-os á categoria de arte pelo simples facto de serem seleccionados pelo artista)
- Os trabalhos espelham uma abordagem provocadora;
- Não interessa criar nada, descobrir uma nova linguagem ou ordem ("A pintura é andar, correr, beber, dormir e fazer as necessidades" citado por Artur Cravan).
John Hartfield, "Adolf, "o Super - Homem,
Engole Ouro e Soa a Falso" (1931)

Entre os artistas mais representativos do Dadaísmo na pintura contam-se: Tristan Tzara (1896 a 1963), Hugo Ball (1886 a 1927), Marcel Duchamp (1887 a 1968), Max Ernst (1891 a 1976), Man Ray (1890 a 1976), Hans Arp (1886 a 1966), Julius Evola (1898 a 1974), Francis Picabia (1879 a 1953), Raoul Hausmann (1886 a 1971), Guillaume Apollinaire (1880 a 1918), Richard Hülsenbeck (1892 a 1974), Marcel Janco (1895 a 1984) e Hans Richter (1888 a 1976).

Obras Dadaístas:
Marcel Duchamp, "Nu Descendo as Escadas Nº2" ca. (1911);
Marcel Duchamp, "Fonte" (1917);
Max Ernest, "Adoentado o Cavalo ..." (1920);
Kurt Schwitters, "Merzbilder 1A, O Psiquiatra" (1920/21);
Man Ray, "Presente" (1921);
John Hartfield, "Adolf, "o Super - Homem, Engole Ouro e Soa a Falso" (1931);
Piero Manzoni, "Latas de Merda de Artista" (1961).
Piero Manzoni, "Latas de Merda de Artista" (1961)
Trata-se do trabalho “Merda d’Artista”: fezes de Manzoni enlatadas e vendidas  a peso pelo equivalente a 1 euro. Foram um sucesso! As 90 latas  de conserva se espalharam por vários museus pelo mundo

Curiosidade - Receita para fazer um poema dadaísta:
  1. Pegue num jornal.
  2. Pegue numa tesoura.
  3. Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar ao seu poema.
  4. Recorte o artigo.
  5. Recorte em seguida, com atenção, algumas palavras que formam esse artigo e meta-as num saco.
  6. Agite suavemente.
  7. Tire em seguida cada pedaço um após o outro.
  8. Copie, precisamente, na ordem em que elas são tiradas do saco.
  9. O poema está concluido.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Abstraccionismo


Wassily Kandinsky, "Primeira Aguarela Abstracta" (1910)

Numa Europa destruída pela guerra, o abstraccionismo partiu em busca de verdades essenciais. Reuniu múltiplos seguidores e foi a corrente mais duradoura.
A origem do Abstraccionismo é policêntrica (abstracção russa, alemã, holandesa) e a inspiração é múltipla (Cézanne, Fauvismo, Cubismo, Futurismo). De entre vários artistas, os mais célebres foram Wassily Kadinsky (1866 a 1914); Kasimir Malevitch (1878 a 1935) e Riet Mondrian (1872 a 1844).
O abstraccionismo teve o seu apogeu de 1910 a1921/22) desenvolveu-se segundo duas tendências de cariz muito diferente:
- O Abstraccionismo sensível ou lírico (também chamado abstraccionismo musical)
            - Wassily Kandinsky (artista russo) justificava a opção pelo abstraccionismo por este permitir criar, na pintura, uma linguagem universal, feita de uma combinação, a mais perfeita possível, de formas e de cores.
- O Abstraccionismo geométrico
            - Equilíbrio de contrastes entre formas geométricas de linhas rectas (rectângulos e quadrados) e a utilização, apenas, de cores primárias e do branco, do cinza e do preto.


- Wassily Kandinsky, “Transverse Line” (1923)

Características:
- É uma arte não figurativa (as composições não têm assunto explicito)
- Nas composições nada é real, senão o sentimento;
- As obras identificam-se pelo predomínio das composições multicolores;
- Associam a cor e a geometria com a música (o branco expressa o silêncio; o verde expressa o violino; o azul expressa a flauta);
- Os volumes servem para expressar os estados de alma (para estados mais singulares, abunda o quadrado; para estados mais complicados poderá intervir os círculos e triângulos, ou até mesmo, vários deles ao mesmo tempo);
- Subentende o improviso durante a criação, o que aumenta a subjectividade destas obras e multiplica, consequente, as possibilidades de interpretação.

Além de Wassily Kandinsky (1866 a 1944) e Ret Mondrian, foram pintores abstraccionistas, nas suas múltiplas formas, Kasimir Malevitch (1878 a 1935), Tòples, Jean Arp (1886 A 1966), Van Doesburg (1883 a 1931) e a portuguesa Maria Helena Vieira da Silva (1908 a 1992), além de quase todos os pintores cubistas.


Obras abstraccionistas importantes:
- Wassily Kandinsky, “Improvisão X”, (1910);
- Wassily Kandinsky, “Primeira Aguarela Abstracta”, (1910);
- Wassily Kandinsky, “Impressão IV, Policia” (1911);
- Kasimir Malevitch, “Quadrado Negro sobre Fundo Branco” (1913);
- Kasimir Malevitch, “Quadrado Vermelho e Quadrado Negro” (1916);
- Piet Mondrian, “Composição em cor A”, (1917);
- Lazar El Lissitzky, “Como a Guarra Vermelha Golpeia os Brancos” (1919);
- Piet Mondrian, “Composição com Amarelo, Azul, Preto, Vermelho e Cinzento” (1921);
- Theo van Doesburg, “Simultaneous Counter Composition” (1929/30);
Piet Mondrian, “Broaway Boogie - Woogie” (1942/43).
Piet Mondrian, “Broaway Boogie - Woogie” (1942/43)


Futurismo

"Dinamismo de um automóvel" de Luigi Russolo
(1912/13); óleo sobre tela
O Futurismo surgiu a partir da publicação do “Manifesto Futurista” do escritor italiano Filippo Marinetti (1876-1944) em 1909.
Esse manifesto propunha a aniquilação definitiva de toda e qualquer forma de tradição, a destruição das grandes obras artísticas e literárias do passado, anunciando uma pintura e uma literatura mais condizentes com a era das máquinas, do movimento e do futuro: as fábricas, os arsenais, as pontes, as locomotivas, os aviões, os motores, as multidões.
De origem essencialmente Italiana (mas também com influências Russa e Inglesa) o auge do período futurista esteve entre os anos 1909 e 1916, e dois dos artistas mais célebres foram Filippo Tomaso Marietti (1876 a 1944) e Umberto Boccioni (1882 a 1916).
Alguns representantes futuristas chegaram a tomar uma atitude combativa em relação ao cubismo. Alguns revelaram-se fascinados pelo nacionalismo fascista e apologistas da Guerra, o que, a par dos seus criadores, que morreram durante a Primeira Guerra Mundial, contribuiu para o fim desta vanguarda.

Giacomo Balla, “O Dinamismo de Um Cão pela Tela” (1912)

O Futurismo recusa:
- A harmonia e o bom gosto convencionas;
- O geometrismo intelectual dos cubistas;
- O sensualismo cromático dos fauvistas.

O Futurismo defende tudo aquilo que exprima a vida moderna:
- a originalidade;
- a força;
- o dinamismo;
- a velocidade;
- a técnica;
- o maquinismo.
Umberto Boccioni, "Ruídos da rua invadem a casa"
(1911) Óleo sobre tela.
Características:

- Valorização do desenvolvimento industrial e tecnológico;
- Propaganda como principal forma de comunicação;
- Uso de onomatopeias (palavras com sonoridade que imitam ruídos, vozes, sons de objectos) nas poesias;
-   Fascínio pela velocidade e pela máquina;
- A velocidade é representada através da utilização de cores muito variadas, vivas e contrastadas e da sobreposição em sequência da imagem e de raios de cores vivas (ortogonais ou angulares) que sugerem a deslocação de turbilhões de ar provocados pela velocidade das máquinas
O Movimento Futurista divide-se em dois períodos.
1)        Antes da Primeira Guerra Mundial
            - Preocupação com a velocidade e com as interpretações simultâneas;
            - O Movimento evidencia-se nas seguintes áreas: Pintura e na Literatura.
2)        Pós- Guerra até à morte de Marinetti (1944)
            - Pretende abarcar todos os domínios de actividade;
            - O Movimento evidencia-se nas seguintes áreas: Teatro, Publicidade e Arquitectura;
            - Os artistas deste segundo período sofreram diversas influências, em especial do Cubismo e do Surrealismo (exemplo: Prampolini e Depero).
Futuristas mais célebres:
Filippo Marinetti (1876 a 1944), Umberto Boccioni (1882 a 1916), Giacomo Balla (1871 a 1958), Carlo Carrá (1881 a 1966), Gino Severini (1883 a 1966), António Sant’Elia (1888 a 1916), Balilla Pratella (1880 a 1955), Luigi Russolo (1885 a 1947) e Marcel Duchamp (1887 a 1968).

Obras Futuristas célebres:
Umberto Boccioni, “A Cidade que Sobe” (1910/11);
Carlo Carrà, “O Funeral do Anarquista Galli” (1911);
Giacomo Balla, “O Dinamismo de Um Cão pela Tela” (1912);
Gino Severini, “O Ataque” (1912);
Umberto Boccioni, “Dinamismo de um Ciclista” (1913);
Umberto Boccioni, “Formas Únicas na Continuidade do Espaço” (1913);
Giacomo Balla, “Mercúrio Passa Diante do Sol” (1914);
Roberto Delaunay, “Homenagem a Blériot” (1914);
Fortunato Depero, “Comboio Nascido do Sol” (1924);
Tullio Cralli, “Caça Aérea II” (1936).


"O Cavaleiro do Apocalipse" (1908) de Carlo Carrà